sábado, 29 de setembro de 2012


Como semente

Que se oculta sob a terra,

 Sua vida ao sol

Se suspendeu e se escondeu.

 

Deixou passar

Vagas bem agrestes

Duma intempérie que o ameaçavam.

 

E , no silêncio fúnebre da escuridão,

Foi haurir força, 

Para germinar,

Para crescer

E ressurgir em liberdade,

Como planta arbórea,

Carregada de frutos saborosos.

 

Como humildes gotas de água

Que, em paulatina procissão,

Engrossam ocultos lagos,

Sob o chão,

Donde brotam fontes eternas

E rios caudalosos.

 

Como os sorrisos ternos

Eas sonoras gargalhadas das crianças

Levantam vagas

Carregadas de alegria,

A caminho da escola,

 

Assim se apagou

E prostrou num retiro,

Oculto,

Para germinar …

E, sei lá quando,

 Muito mais rico

E mais fecundo renascer…

 

Ovar, 29 de Setembro de 2012

6h36m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

Sem comentários: