terça-feira, 9 de setembro de 2014

renascer...

o renascer...


minha janela branca devassada
dá para a escuridão da mata.
só o negrume se vislumbra
e o nada para lá daquele muro de pedra.

mas é de lá que vai nascer o sol
com a doce alegria de mais um dia.

verei o verde em chama do manta de copas
e o amarelado seco das duas encostas,
por onde cirando em paz,
os meus cavalos,
tão bons vizinhos.

verei moinhos argutos,
com as três pás brancas,
girando ao vento.

ouvirei o vento que chegou do mar.
vindo dos longes,
mais longe,
onde não havia gente.

verei a luz a chover em bátegas,
pintando às cores,
todas as aves.

e o amigo vizinho de cabelos brancos,
passeando o canito
e contando voltas
para bem das pernas.

tudo eu espero,
quando o sol nascer...

ouvindo Adagio for Strings de Samuel Barber, a partir do youtube

escuro de breu...

Mafra, 10 de Setembro de 2014
6h0m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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