sexta-feira, 12 de setembro de 2014

tudo a postos.

tudo a postos.

meu barco arfante,
de velas de pano,
está pronto a sair 
da barra do mar.

engalanado,
bailando,
vai partir sem destino.
à volta do mundo.

o sonho encantado,
de quando era menino,
sentado na praia,
olhando ao longe,
donde vinham as ondas
que fugiam do vento.

que é que haveria,
para lá do além,
da linha sem fim,
entre o mar e o céu.

a hora chegou.
na tarde da vida,
onde vivi marinheiro,
como um nauta,
sem bússola,
seguindo estrelas
que se estão a apagar...

minha chama de cá apagou.
quero acendê-la
noutra parte do mundo,
mas à beira do mar.

ouvindo Franz Liszt- Liebestraum

um dia a nascer

Mafra, 12 d Setembro de 2014
6h31m

Joaquim Luís Mendes Gomes

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