terça-feira, 13 de novembro de 2012


Fumarolas dos Açores

 

Pelo seio dum nevoeiro cinzento

Que aqui permanece residente,

Sobem argolas brancas de incenso puro

Que se evolam e morrem perto.

 

Poços negros cravados fundo,

Fazem de turíbulos vivos

Em brasa acesa.

 

Vêm do longe oculto,

Onde mora o nada

E nunca ninguém esteve.

 

Fazem ferver como fornalha a arder.

E nas horas vagas,

Cozem cozidos dentro de sacas,

Com carne das vacas,

Como farnéis em toalhas de linho

 

Servem alegria à farta,

De sobremesa

 E, no final de tudo,

Não cobram nada…

 

Steglitz, 8 de Novembro de 2012

17h28m

Joaquim luís M. Mendes Gomes

 

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