quarta-feira, 28 de novembro de 2012





Suavemente, sem se dar conta,

Mais um amanhecer está a acontecer,

Diante destes olhos, ainda em sono.

 

O céu vai-se colorindo

De cinza e branco,

E as copas do arvoredo escuro,

Fazem de renda à manta bela

Que, meigamente,

Se vai desdobrando,

Cobrindo todos, por igual,

Sem favorecer ninguém.

 

É a lei real que tudo rege.

Prontamente. Sem falhar, assim é,

Desde todo o sempre.

Um exemplo mestre que o homem vê

Mas não quer seguir.

 

É ver quem mais céu apanha

E terra agarra,

Como se só fossem seus.

 

Mais calor e luz para si,

Mesmo que seus iguais

Morram no gelo…

E às escuras.

 

Nem querem ver

Que, num dia incerto,

Para sempre,

Se hão-de fechar

Todos os olhos,

Do pobre e do rico,

Sob a mesma manta,

Meiga e leve,

Desta manhã

Que, igual, nos cobre…

 

 

Zehlendorf, 29 de Novembro de 2012

8h00m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

 

 

 

 

  

 

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