quinta-feira, 19 de junho de 2014

carapaças da vida...

As carapaças da vida…

Carrocel em movimento,

Umas vezes oito,

Outras, montanha russa,

Em rodopio louco.

Vai pelo caminho.

Em alvoroço,

Garras ao fundo,

É pedregoso,

Quase vertical,

Cheio de abismos,

Coração nas mãos

E braços estendidos,

O peito a arfar.

Descendo e subindo.

E logo, deslizando,

Em paz,

Pelo vale extenso,

Local de encontro.

Das águas cadentes

Que vão num rio,

Dos campos verdes,

Com flores e trigo.

Da passarada garrida

Que não pára quieta,

Sempre a cantar.

Das ermidas brancas,

Em presépios de luz.

Das casinhas caiadas

E telhados rubros.

Das festas alegres,

Com moçoilas dançando

E rapaziada em fúria,

Querendo viver a vida

Num dia apenas.

E das ramadas de verde,

A escorrerem vinho.

Os poços redondos,

Onde se enleiam vacas

Para extraírem regas.

Dos abades de preto,

Olhos luzindo,

Pastoreando aldeias.

Dos bazares de música,

Onde reluzem as fardas

E , alegres, no palco,

Tocam os músicos.

Aqui e além, desalmados,

Sobem foguetes,

Rebentando estrondos.

E, de festa,

Os sinos repicam.

E, assim, vai correndo a vida…

Ouvindo piano romântico, no youtube

Berlim, 20 de Junho de 2014

5h14m ( há muito, já nasceu o dia…)

Joaquim Luís Mendes Gomes


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