quinta-feira, 26 de junho de 2014

faminto...

Faminto…

Regalo meu corpo

E minha alma,

Com fome.

O alimento é escasso.

Estão secas as searas.

As ramadas sem vinho.

O estio impenitente

Derrama calor

E me cobre de sede.

Entro no chão das cavernas.

No reino da sombra

E do silêncio.

E pego nas redes.

Vou no barquinho.

Buscando a sorte

No meio do mar.

No regresso,

Só preciso de lenha

E de fogo ardendo.

Me rego de iodo

E perfume do sal.

Assim, me sacio

E derreto a fome.

Imploro do céu

Uma hora de chuva…

Confio na força do bem

Que tudo criou

Com fome e sede de vida,

Num mundo com sol

E sem chuva,

Haja o que houver.

Porque a esperança e a fé

Não secam nem morrem.

O dia nasceu…um pouco cinzento

Berlim, 27 de Junho de 2014

5h20m

Joaquim Luís Mendes Gomes

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