Acordei de madrugada.
De olhos fechados, pus-me a pensar.
Era o silêncio.
Meu pensamento soltou-se
E foi livre, vertiginoso,
Mil vezes deu a volta ao mundo.
À velocidade do pensamento.
Do meu passado até ao presente
E, de novo, até ao passado…
Que cortejo sem fim,
De lembranças quentes,
Em vários tons e cores.
Umas alegres, vivas,
Outras menos.
Me passou à frente!...
Todas com sabor a amor.
……………………………………….
De quando menino,
Em bicos de pés,
Rés-vés às mesas
Da costura de meu pai…
Ou do corte de alfaiate.
Havia moldes,
Que eu não conseguia decifrar…
Tesouras, de aço,
De vários tamanhos,
Havia cheiro a giz,
De várias cores …
Carrinhos de linha, a dar com um pau
( para mim, só eram bons quando vazios…)
Etantas agulhas…
Para os vários fins.
E uma fita métrica…
Que me era um sonho.
Pareciam fadas,
Pareciam sereias,
Naquelas mãos de mestre…
Como saiam contentes os seus fregueses
Com a roupa nova!...
- Até depois, Quinzinho!...
Zehlendorf, 27 de dezembro de 2012
7h38m
Joaquim luís M. Mendes Gomes
Ouvindo Lang Lang, concerto nº 2 de Rachmaninov
Sem comentários:
Enviar um comentário