Terceiro Domingo de Dezembro
Tudo está parado na terra.
Neste amanhecer de domingo.
D’hora a hora, em silêncio,
Roda vazio um eléctrico na estrada,
Na sua ronda constante.
Pela trela curta e apertada,
Vadiam em cima da neve,
Os canitos aflitos,
Duma noite, de continência.
Numa ou noutra varanda,
Alheios ao frio,
Assomam famintos,
Os dependentes do fumo.
Só os corvos negros não páram.
Debicam, esgravatam na neve,
À procura de lagartas ou pão.
Para levarem no bico.
Na cozinha, cá dentro,
Ouve-se o silvo da cafeteira.
Ainda bem.
Já cheira a café.
Berlim, 16 de Dezembro de 2012
9h39m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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