Olho o meu País de longe
E vejo um castelo,
Murados de ameias
E muitas muralhas,
Com o povo encerrado,
Como se fosse cadeia.
Andam ao longo,
Armados de espadas,
Os guardas ferozes
E sós, nas guaritas,
Os sentinelas.
As grossas portadas ferradas
Só abrem para levarem os
escravos ao campo,
Com enxadas nas mãos e
grilhetas nos pés.
Vão semear e colher, a
troco de nada,
Para a cambada comer e
reinar.
Na torre de menagem…
Habita um sinistro plebeu
Que é soba real,
Escolhido a dedo,
Com contos de fadas,
Pelos próprios escravos,
E em seu redor,
Vadiam os restantes,
Com bicos de abutres,
Todos iguais,
Escorrendo de sangue,
Das entranhas esgaçadas,
Como se fossem punhais.
Assim vai Portugal…
Ouvindo Sonho de Amor de
franz Liszt
Zehlendorf, 2 de Dezembro
de 201210h2m
Joaquim Luís M. Mendes
Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário