segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013


Como um subterrâneo fundo,

Onde se guardam

Ou resguardam do perigo,

Corre nas veias o sangue que,

Sem cessar e, ocultamente,  

Leva o alimento a todo o corpo.

 

Um rio que escorre,  breve ou longo,

Ou pensamento luminoso que se espraia ,

Nossa mente sente, escreve e espalha

O que de dentro nasce,  para uso seu

Ou proveito de quem passa.

 

Um alfobre farto dum alimento

Que se alimenta, sem dar conta,

Vindo de fora ou vindo de trás. 

Em doses tais que é o mistério

Quem regula como trabalha.

 

Um armário esbelto,

De livros ordenados,

Bem arrumados,

Cheios de páginas,

Escritas à mão ou semeadas

Por mãos alheias.

 

Cada estante carrega os seus

E   faz  que cobre

Os que repousam atentos,

Sempre à espera que os leiam.

 

Assim somos nós,  

Porta-vozes

E arautos   do  que nasce

E  vai na alma.

 

Ouvindo Lang Lang,

 

Berlim, 12 de Fevereiro de 2013

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

 

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