Como um subterrâneo fundo,
Onde se guardam
Ou resguardam do perigo,
Corre nas veias o sangue que,
Sem cessar e, ocultamente,
Leva o alimento a todo o corpo.
Um rio que escorre, breve ou longo,
Ou pensamento luminoso que se espraia ,
Nossa mente sente, escreve e espalha
O que de dentro nasce, para uso seu
Ou proveito de quem passa.
Um alfobre farto dum alimento
Que se alimenta, sem dar conta,
Vindo de fora ou vindo de trás.
Em doses tais que é o mistério
Quem regula como trabalha.
Um armário esbelto,
De livros ordenados,
Bem arrumados,
Cheios de páginas,
Escritas à mão ou semeadas
Por mãos alheias.
Cada estante carrega os seus
E faz que
cobre
Os que repousam atentos,
Sempre à espera que os leiam.
Assim somos nós,
Porta-vozes
E arautos do que
nasce
E vai na alma.
Ouvindo Lang Lang,
Berlim, 12 de Fevereiro de 2013
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário