quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013


No nosso tempo…

 

Eram assim os do nosso tempo.

Irradiavam alegria,

Sem mesclas de xim-frineira. 

Na letra e na melodia.

Cheiravam a jardim e campos lavrados.

Com girassóis abertos.

E ramadas de uvas pretas e gordas. 

 

Os caminhos de terra eram veredas, 

Onde também corria a água da chuva.

Em liberdade.

Cavando sulcos. Como nervuras.

Eram mensagens de amor.

 

E havia bardos de amoras negras

Pelos silvados.

Ninhos de cucos. 

Havia rolas e cantares do galo,

Ao raiar da aurora.

 

 Havia arraiais de luz e cor.

Ao redor dos santos.

Bandas de música em desafio.

Havia foguetes com muitas grinaldas.

Em vez dos festivais aéreos,

O roncar das motas,

Com piruetas horrendas

Só fazem barulho.

Não servem para nada…

 

Ouvindo José Cid…

Berlim, 7 de Fevereiro de 2013

10h27m

 

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

 

 

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