No nosso tempo…
Eram assim os do nosso
tempo.
Irradiavam alegria,
Sem mesclas de
xim-frineira.
Na letra e na melodia.
Cheiravam a jardim e
campos lavrados.
Com girassóis abertos.
E ramadas de uvas pretas
e gordas.
Os caminhos de terra eram
veredas,
Onde também corria a água
da chuva.
Em liberdade.
Cavando sulcos. Como
nervuras.
Eram mensagens de amor.
E havia bardos de amoras negras
Pelos silvados.
Ninhos de cucos.
Havia rolas e cantares do
galo,
Ao raiar da aurora.
Havia arraiais de luz e cor.
Ao redor dos santos.
Bandas de música em
desafio.
Havia foguetes com muitas
grinaldas.
Em vez dos festivais
aéreos,
O roncar das motas,
Com piruetas horrendas
Só fazem barulho.
Não servem para nada…
Ouvindo José Cid…
Berlim, 7 de Fevereiro de
2013
10h27m
Joaquim Luís M. Mendes
Gomes
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