Pesadelo…
Tremendos dias foram passados.
Tudo ardia ao me redor.
Ficaram cacos e traves negras.
Dum castelo de luz erguido lá no alto.
Onde habitava.
Parecia firme sobre rocha.
Um vendaval tremendo.
Uma chuva de raios
Caída do céu,
inflamou tudo.
Durante dias, houve labaredas…vivas…
Em tropel. Que se apagaram.
Ficou o rescaldo a fumegar.
Ninguém na terra, me acudiu….
Tudo correu na escuridão da solidão.
Foi preciso gritar aos céus.
Lá do alto, vieram logo,
Legiões de anjos bem munidos.
Uma chuva de graça
Choveu em força
Sobre aquele desterrado em ruina ….
Daquelas pedras negras
Tisnadas de fumo,
Nuas ao vento,
Daquele espaço morto
Arrasado em destroços,
Como por artes mágicas,
Que ninguém entende,
Se ergueu de novo outro palácio.
Agora, cheio de portas e janelas largas,
Um telhado alegre,
Até aproveitamento solar tem…
Há salões de luz.
Há camarins -damasco.
Uma cozinha ampla em brasa,
E uma bandeira desfraldada ao vento
No ponto mais alto.
Há clarins que tocam,
Ao raiar do sol.
A fartura inunda o celeiro
E há gente de fora e longe
Que vem e vai…
Saciado…com tanta abundância
De amor e paz…
Ouvindo Hélène Grimaud em concerto nº
2 de Rachmaninov
Berlim, 8 de Fevereiro de 2013
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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