quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013


Pesadelo…

 

Tremendos dias foram passados.

Tudo ardia ao me redor.

Ficaram cacos e traves negras.

Dum castelo de luz erguido lá no alto.

Onde habitava.

Parecia firme sobre rocha.

 

Um vendaval tremendo.

Uma chuva de raios

Caída do céu,

inflamou tudo. 

 

Durante dias, houve labaredas…vivas…

Em tropel. Que se apagaram.

 

Ficou o rescaldo a fumegar.

Ninguém na terra, me acudiu….

Tudo correu na escuridão da solidão.

 

Foi preciso gritar aos céus.

Lá do alto, vieram logo,

Legiões de anjos bem munidos.

 

Uma chuva de graça

Choveu  em força

Sobre aquele desterrado em ruina ….

Daquelas pedras negras

Tisnadas de fumo,

Nuas ao vento,

 

Daquele espaço morto

Arrasado em destroços,

Como por artes mágicas,

Que ninguém entende,

Se ergueu de novo outro palácio.

 

Agora, cheio de portas e janelas largas,

Um telhado alegre, 

Até aproveitamento solar tem…

Há salões de luz.

Há camarins -damasco.

Uma cozinha ampla  em brasa, 

E uma bandeira desfraldada ao vento

No ponto mais alto.

 Há clarins que tocam,

Ao raiar do sol.

A fartura inunda o celeiro

E há gente de fora e longe

Que vem e vai…

Saciado…com tanta abundância

De amor e paz…

 

Ouvindo Hélène  Grimaud em concerto nº 2 de Rachmaninov

 

Berlim, 8 de Fevereiro de 2013

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

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