domingo, 3 de fevereiro de 2013

A minha nora…

Vagamente, olhos no alto,
Iremos longe e certo,
Se o desânimo não nos tomar.
...
Seremos o que, de cada um,
Está traçado no quadro universal,
E o destino augusto desenhou
Com mão de mestre e paternal.

Não é o mal que o artista riscou
Ou quer.
Sim o bem.
Em toda a ordem e direcção.

A começar ao teu pé
E sem fim, até ao fim.

Seres de luz e vontade própria,
Nós somos guias de nós mesmos.

Dos nossos pés,
Nascem os passos,
Da nossa vida
Sua conta é o traço,
Que dará até onde der.

De olhos bem abertos
E de coração aceso,
Cabe fazer bem o bem.

Que o mal seja o menos,
E, logo, reparado.

Somos todos iguais.
Apesar da cor dos olhos
E da pele
Ou das vestes
Que o mundo tece,
Vende ou dá.

Como vaso das nora,
Que se enche
No segredo do poço fundo,
E vasa tudo o que traz,
À superfície,
Para regar em seu redor,
Ofereçamos tudo,
Deixemos ao sol
Que acabe o resto…

Rodemos os dias,
Que a vida tece,
Como as voltas férteis
Que a nora dá.

Ouvindo Hélène Grimaud, em 4º concerto de Beethoven
Berlim, 4 de Fevereiro de 2013
7h24m

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