sábado, 9 de fevereiro de 2013


Grito de esperança…

 

 

Quando o mar revolto tudo ameaça.

Tudo estremece

E parece desabar.

Todas as traves mestras parecem dar de si.

As telhas do telhados desaparecem pelo ar.

 O vazio entra

E enche de negro

As nossas divisões da casa.

 

Até o sol do céu

Parece esconder-se atrás da serra,

Para sempre,

Sem mais brilhar. …

 

Está na hora de acordar.

É tudo um pesadelo.

Que acabou!

Basta abrir os olhos.

Abrir as janelas.

A vida é vida bela para viver.

 

As árvores estão ali de pé. Ao alto.

Cumprindo em silêncio

O seu papel  de árvores.

A darem fruto ou sombra.

E, depois em velhas,

Aquecem lareiras

Ou fazem de abrigo

No seio ameno das nossas casas.

 

A roda gigante da natureza

Gira…gira…em festa…

Como um carrocel

Que, de graça,  sobe e desce,

E nos alegra.

 

Reverdecem os campos.

E as encostas brancas lá das serras.  

Crescem flores cheias de cores,

Pelos jardins.

Passam nos céus,

Bandos de aves em migrações.

Ouve-se chilreios e brados enormes

Que se desprendem dos currais.

Têm fome.

Querem ir pastar em liberdade.

 

Ouve-se os silvos das fábricas,

E, correm velozes,

Pelas estradas, por atalhos,

Uns a pé, outros de carro,

Lá vão cheios de esperança,

Na luta alegre e dura

Pelo pão de mais um dia…

 

Ouvindo Lang Lang tocando em Berlim,

 

Berlim, 10 de Fevereiro de 2013

8h15m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

 

 

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