Grito de esperança…
Quando o mar revolto tudo ameaça.
Tudo estremece
E parece desabar.
Todas as traves mestras parecem dar de si.
As telhas do telhados desaparecem pelo ar.
O vazio
entra
E enche de negro
As nossas divisões da casa.
Até o sol do céu
Parece esconder-se atrás da serra,
Para sempre,
Sem mais brilhar. …
Está na hora de acordar.
É tudo um pesadelo.
Que acabou!
Basta abrir os olhos.
Abrir as janelas.
A vida é vida bela para viver.
As árvores estão ali de pé. Ao alto.
Cumprindo em silêncio
O seu papel
de árvores.
A darem fruto ou sombra.
E, depois em velhas,
Aquecem lareiras
Ou fazem de abrigo
No seio ameno das nossas casas.
A roda gigante da natureza
Gira…gira…em festa…
Como um carrocel
Que, de graça, sobe e desce,
E nos alegra.
Reverdecem os campos.
E as encostas brancas lá das serras.
Crescem flores cheias de cores,
Pelos jardins.
Passam nos céus,
Bandos de aves em migrações.
Ouve-se chilreios e brados enormes
Que se desprendem dos currais.
Têm fome.
Querem ir pastar em liberdade.
Ouve-se os silvos das fábricas,
E, correm velozes,
Pelas estradas, por atalhos,
Uns a pé, outros de carro,
Lá vão cheios de esperança,
Na luta alegre e dura
Pelo pão de mais um dia…
Ouvindo Lang Lang tocando em Berlim,
Berlim, 10 de Fevereiro de 2013
8h15m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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