terça-feira, 19 de fevereiro de 2013


Uma rosa cada manhã…

 

 

Sem bater à porta,

Ao raiar da madrugada,

Quero deixar à porta de cada amigo

Um botão de rosa perfumada.

 

Com a cor mais linda

Que lhe dê cor à vida negra

Do dia a dia.

Onde a alegria  tende a escassear,

Como riqueza rara e preciosa.

 

Nuvens carregadas caíram inesperadas,

Assentaram no nosso céu azul de luz.

Azul de serra e mar.

Espuma e brisa com iodo e sal,

Muito sargaço verde

Aos novelões a se espreguiçar,

Na areia molhada,

Pelas cachinas gaiatas e festaleiras

Como as da Póvoa de Varzim. 

Queria ver rir as janelas rasgadas ao abrir,

Às gargalhadas,

Alumiadas pelos raios

Dum sol caliente e meigo.

 

Bom companheiro alegre da criançada

De sacola às costas,

Rumo à escola. 

Pelos seus pés.

 

Quero abraçar os cavadores do pão

Que de enxada às costas,

Se dirigem a sachar ao fresco matinal,

As leiras de milho.

E saudar a padeirinha alegre

De canastra à cabeça,

Distribuidora do pão

Pró café da manhã. 

Em cada lar.

Rezar as trindades sonoras

Que caem do sino do meio,

Erguendo as almas

Para o Nosso Senhor,

 Uno e Trino.  

Quero ser e ajudar a ver

Todo o mundo feliz…

Com a graça de Deus.

 

 

Ouvindo Lang Lang em concerto nº 1 de Liszt

 

Berlim, 20 de Fevereiro de 2013

6h09m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

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