Hino à Vida
Chova em torrente
Uma chuva de açúcar branco e alvinitente.
Sobre esta lama peçonhenta
Que a terra fez.
Caiam mantas brancas de puro linho,
Que tudo pintem como de sal em dunas.
Suba no céu o sol em bola ardente
E queime todo o mal
Que germinou e apodreceu.
Floresça um mar de flores
Com todas as cores.
Se exale um perfume tal
Que se faça um baile em tropel de nuvens.
Regressem as aves todas de todo mundo,
Venham dos trópicos,
Rutilantes nas suas penas.
Tragam bicos que assobiem trinos e cantares agudos,
Como silvos de comboios por esses vales fundos.
Ardam fogueiras em
labaredas de cor e fogo.
Em vez da metralha da morte
Que o mal fabrica pela calada da noite.
Ou da coca mortal
Que se espalha felina e fera.
Ceguem de amor as searas verdes.
Festejem noitadas de cor e luz.
Venham sereias embalar o mundo
E um mundo novo nasça ao nascer do sol…
Ouvindo Hélène Grimaud em concerto de Beethoven,
Berlim, 24 de Fevereiro de 2013
11h18m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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