terça-feira, 26 de fevereiro de 2013


Destino do mundo…

 

Pingam e escorrem

Gotas vivas de sangue vermelho,

Cada dia e hora, por esse mundo,

Numa tal torrente

Que já ninguém vê nem sente

Que é sangue de gente.

 

Saem clamores do ventre da terra,

Em parto ingente,

Que já ninguém vê nem sente

Que a terra chora.

 

Ecoam brados de dor

Por essas serras d’além,

Soltos de gente,

Com tamanho fragor,

Todo o mundo sabe e ouve

E faz que não.

 

É tanta a fome…e negra

A solidão de multidões esquecidas,

Iguais à gente…

 

Se apagaria o sol,

Se se tornassem nuvem,

À nossa frente.

 

Quanto mais fundo e alto

Sobe o saber do homem,

Nos segredos do mundo,

Mais longe e pobre fica no amor ao irmão…

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Quem é que vem salvar o mundo...enquanto é hora?...

 

 

Ouvindo Hélène Grimaud em 2º concerto de Rachmaninov

 

Berlim, 26 de Fevereiro de 2013

18h16m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

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