sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013


Saborosas razões da madrugada…

 

Quem primeiro se abrir ao dia

Que está a nascer,

Mais cedo, poderá ver à frente

O esplendor do sol nascente.

 

Alcançar a imensidão do mar,

Até onde ao longe,

Este esconde o céu

E um mar de estrelas

Que a seguir, hão-de brilhar.

 

Ouvir as ocultas ressonâncias

Que pairam em ondas ,

Nossos olhos não vêm

Mas são reais.

 

Entrelaçadas,

Numa lufa-lufa misteriosa,

São dóceis mensageiras

De tudo o que, de bom e mau,

Se passa.

 

Sentir a magia do odor

Que vem da terra

A despertar

Depois da bruma silenciosa

Da madrugada.

 

Mais cedo sentir,

Como é bom estar vivo

E navegar alegre

Sobre as ondas ,

Ora mansas ora bravas,

Do misterioso e rico mar da vida.

 

Poder acompanhar

Em espírito,

Como irmão que sente,

Os que, pelo mundo,

Sem razão, sofrem,

Por injustiça ou por desgraça.

 

E poder erguer as mãos

A dar graças

Por mais um dia …

Que de graça

Se vai viver.

 

Ouvindo Hélène Grimaud em Adágio de Mozart

 

Berlim, 1 de Fevereiro de 2013

7h34m

 

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

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