Saborosas razões da madrugada…
Quem primeiro se abrir ao dia
Que está a nascer,
Mais cedo, poderá ver à frente
O esplendor do sol nascente.
Alcançar a imensidão do mar,
Até onde ao longe,
Este esconde o céu
E um mar de estrelas
Que a seguir, hão-de brilhar.
Ouvir as ocultas ressonâncias
Que pairam em ondas ,
Nossos olhos não vêm
Mas são reais.
Entrelaçadas,
Numa lufa-lufa misteriosa,
São dóceis mensageiras
De tudo o que, de bom e mau,
Se passa.
Sentir a magia do odor
Que vem da terra
A despertar
Depois da bruma silenciosa
Da madrugada.
Mais cedo sentir,
Como é bom estar vivo
E navegar alegre
Sobre as ondas ,
Ora mansas ora bravas,
Do misterioso e rico mar da vida.
Poder acompanhar
Em espírito,
Como irmão que sente,
Os que, pelo mundo,
Sem razão, sofrem,
Por injustiça ou por desgraça.
E poder erguer as mãos
A dar graças
Por mais um dia …
Que de graça
Se vai viver.
Ouvindo Hélène Grimaud em Adágio de Mozart
Berlim, 1 de Fevereiro de 2013
7h34m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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