sábado, 23 de fevereiro de 2013


Da minha varanda…

 

 

Sempre que me debruço

Na minha varanda,

Acabo por enxergar ao longe,

Entre a fumarada da vida,

A senda recta que me leva

No caminho certo.

Rumo ao alto.

 

Esqueço os negrumes

E as trevas negras

Que me escurecem a luz do dia.

 

É preciso confiar que o mundo

Não cessa onde os olhos vão.

 

Há outras sendas,

Outras razões ocultas

Que valem

Ter connosco.

Como nosso lastro.

 

Como farol aceso.

Sem medo do mar revolto.

 

Por detrás da nuvem parda,

Ao fundo da linha,

Lá bem ao fundo,

Há um universo livre.

 

Onde o sol brilha e reina.

É a luz da esperança

Que mo garante e mo afirma.

 

É preciso olhar ao alto.

Deixar o pó desta estrada

Carregada de fumarada

De tanto escape e ar já morto. …

 

Ouvindo Hélène Grimaud em 4º concerto de Beethoven

 

Berlim, 24 de Fevereiro de 2013

5h53m

 

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

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