terça-feira, 12 de fevereiro de 2013


Ternura

 

Há uma onda gigantesca e forte de ternura

Que atravessa o mundo

Onde a vida é senhora e mestra.

 

Passa na doçura divina de todas as mães

Para com suas crias, mal nascem…

 

Na ligação protectora e entrega,

Total e generosa,

De todos os pais

Para defesa dos seus castelos extremosos de família.

 

Enche os lares de luz e alegria,

Nos sorrisos puros e esfusiantes,

E na meiguice traquinam

Sem medida,

Dos filhos, desde o berço.

Aquele rigor e doçura da natureza

Que se veste, sempre de gala,

Para nos acolher na sua casa,

Ora de branco ora de verde,

Fonte de pão e regalo de mesa.

Que nos ilumina o caminho,

E aquece os dias ,

Nos dá as forças de que precisamos

Para seguir em frente.

Que se apaga sempre,

Dum brando escuro, com luar,  

Para sossegarmos nossos cansaços.

 

Que nos veste e adoça

Com seu manto protector,

Nas horas piores dos nossos passos.

 

Através das mãos e braços extremosos,

Dos nossos irmãos

Que nem dormem

Para cuidar de nós

Nas escolas e nos hospitais.

 

Ó, se não fosse esta brisa morna e fresca

A nos banhar na vida,

Seríamos tão pobres e tão tristes,

Que,  de nada e para nada,

Valeria termos vindo

Ao brinde e festa luminosa da nossa vida…

Antes a morte para todo o sempre!...

 

Ouvindo Hélène Grimaud, em sonata nº 31 de Beethoven

 

Berlim, 13 de Fevereiro de 2013

5h57m

 

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

 

 

 

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