Ternura
Há uma onda gigantesca e forte de ternura
Que atravessa o mundo
Onde a vida é senhora e mestra.
Passa na doçura divina de todas as mães
Para com suas crias, mal nascem…
Na ligação protectora e entrega,
Total e generosa,
De todos os pais
Para defesa dos seus castelos extremosos de família.
Enche os lares de luz e alegria,
Nos sorrisos puros e esfusiantes,
E na meiguice traquinam
Sem medida,
Dos filhos, desde o berço.
Aquele rigor e doçura da natureza
Que se veste, sempre de gala,
Para nos acolher na sua casa,
Ora de branco ora de verde,
Fonte de pão e regalo de mesa.
Que nos ilumina o caminho,
E aquece os dias ,
Nos dá as forças de que precisamos
Para seguir em frente.
Que se apaga sempre,
Dum brando escuro, com luar,
Para sossegarmos nossos cansaços.
Que nos veste e adoça
Com seu manto protector,
Nas horas piores dos nossos passos.
Através das mãos e braços extremosos,
Dos nossos irmãos
Que nem dormem
Para cuidar de nós
Nas escolas e nos hospitais.
Ó, se não fosse esta brisa morna e fresca
A nos banhar na vida,
Seríamos tão pobres e tão tristes,
Que, de nada e para nada,
Valeria termos vindo
Ao brinde e festa luminosa da nossa vida…
Antes a morte para todo o sempre!...
Ouvindo Hélène Grimaud, em sonata nº 31 de Beethoven
Berlim, 13 de Fevereiro de 2013
5h57m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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