sexta-feira, 22 de março de 2013


Café da Manhã

 

Tilintam as chávenas do café.

Zumbe a máquina de o moer.

Ferve em brasa a bica que sai da bica.

Soam sem alma, cantos no ar,

Só para distrair.

Por encomenda de quem só quer ganhar

E pouco perder ou dar.

 

Já não se ouvem as canções douradas

De vozes sonoras,

Com timbre de sino,

Como sereias

É tudo um embrulho

Para só olhos verem,

Sem fogo a arder.

 È a vida moderna

Que tem mais de pobre

Que rica,

Embora não o queira ver…

 

Café Castelão em Mafra, 22 de Março de 2013

11h13m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

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