Saudades de Alcácer…
Vou vaguear sereno, desde Mafra,
Até às terras de Além-Tejo.
Vou matar as saudades que tenho
Do Sado e suas salinas verdes.
E das muitas cegonhas altas e garbosas
Que ali voam livres,
Como aeronaves.
E dos seus ninhos esgrouviados,
Feitos de paus e palha
Postos nas torres.
Tão bem urdidos.
Parecem palácios reais.
E das águas barrentas do rio
Que se espraia manso e farto,
Em suaves curvas sensuais.
E daqueles arrozais sedentos,
Num delírio permanente,
Bebendo sôfregos,
Do leito do rio quente.
Vou passar a pé
Sobre a ponte em ferro velho,
E tão potente,
Para mirar as nuvens nuas,
Tomando banho no rio Sado.
E, se ainda tiver tempo,
Hei- de ir até à Comporta,
Ao pé da Troia,
Lusitana,
Por baixo daquele dossel sem fim,
De copas verdes
De tantos chaparros e pinheiros…
E…pode ser que ‘inda encontre as portas abertas
Que me levem junto do mar…
Mafra, 14 de Março de 2013
9h 45m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário