D’ont cry
for me Alcácer do Sal!...
Ontem fui a Alcácer do Sal.
Queria ir saudar aquele largo público,
Tão suave e alegre,
Junto ao Sado manso.
Onde apetecia parar e regalar o olhar.
Comer umas pinhoadas.
Rir com aquelas vendedeiras cheias de cor,
Frente aos cabazes fartos de rio
E aquela tenda tão
reduzida
Que tinha de tudo.
E aquele recanto estreito
Onde os táxis esperavam a vez…
E aquela àrvore de sombra
Com um chapéu de abas largas,
Onde, em sossego eterno,
Cavaqueava tanto alentejano…
E aquele pinheiro manso ao fundo,
Ao virar da esquina.
Pois, tudo ruiu,
A frente cega das escavadora.
Tudo ao léu!...
Um deserto sem cor nem lei…
Nem os camelos lá podem girar…
Que tristeza!...
Minha praça nobre
Que os tempos de séculos
Ali fizeram,
Cheia de graça e luz.
Com verde e mel.
Pobres comerciantes
Que ali se tinham atentos,
Governando a vida!...
Só as cegonhas altivas,
Escaparam às labaredas tristes
De de tanta lama e pó!...
Ouvindo Chopin,
Mafra, 15 de Março de 2013
7h53m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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