Fábula das pedras
Atirei pedras ao mar.
Como quem atiça o fogo.
Saíu-me de lá um peixe irado.
De boca aberta.
- Porque não te metes na tua vida?
- Aqui só reina a paz.
- Ninguém atira pedras.
- Somos irmãos. - Olha
as estrelas do céu. Lá no alto.
- Como se dão tão bem.
- Nunca ninguém as viu pegadas em lutas estéreis.
- Cada uma respeita a a sua vizinha,
Como se fosse sua irmã.
Fugiram para bem
alto,
Das pedras que a terra lhes atirou. –
- Deixa-nos a nós em
paz.
- Não temos céu para onde fugir.
- Somos obrigados a partilhar contigo esta terra.
- Tão exígua.
- Ai de vós, se se abrem as comportas…
- Ficaríeis inundados com nossas ondas
E não teríeis mais para onde fugir.
- Guarda-me essas pedras
Como se fossem tuas irmãs.
Ouvindo concerto para piano de Grieg…
Mafra, 29 de Março de 2013
14h57m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário