Minhas horas mortas…
A minha varanda larga
Dá para a cidade
E para onde nasce o sol.
É dela que eu alcanço o mundo
Que me passa à frente.
Ora ele vai triste,
Ora vai contente.
É nela que eu rio e choro,
Como toda a gente,
Se estou alegre ou triste.
Se me sinto triste,
Ponho-me adorar o sol
E logo em mim,
Desabrocha alegria e esperança
Que me enche o peito.
Me dá força à luta.
Tanta gente ali passa,
Em baixo.
Em cortejo farto.
Uns vão apressados,
Outros vão aflitos,
Enfrentando as horas.
Como se mundo acabasse.
Outros, na pasmaceira
Como caracóis…ou lesmas.
Que vão para o fim do mundo.
Vão tomar uma bica.
Vêm para o passeio.
Fumam um cigarro pardo.
E ali ficam parados,
Numa cavaqueira eterna.
Perto, passa o comboio.
Como um cão vadio,
Ali vai e vem,
Não sabe onde mora,
Nem onde vai dormir.
Já esqueceu o dono.
Vai assobiando,
Sem olhar para o lado.
De que é que ele vive?..
Vai abrindo as portas,
Sem cobrar vintém.
Berlim, 1 de Março de 2013
22h14m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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