Olhando para trás…
Encho meu peito de ar
E fito ao longe os dias lindos
Que se abriam na minha terra,
Cada manhã.
Quando a aurora nascia
Ao toque sublime das “trindades”,
Multiplicado em coro,
Pelas aldeias ao redor,
Num gesto certo
De quem sabe
Que não tem em si a razão de ser.
Gratidão era o céu azul
Que tudo alumiava,
Desde o nascer até ao morrer.
Quando, as pessoas se saudavam a
sério,
Ao passar,
Tirando o chapéu,
Com um “ Deus o salve”…meu senhor!...
E nós meninos, pelos caminhos,
Pedíamos a bênção aos maiores,
Mesmo desconhecidos.
Que nos respeitavam como meninos…
Que já foram.
Quando os filhos já casados,
Tudo faziam para se encontrarem na
casas dos pais,
Com seus filhinhos, aos Domingos,
Depois da hora do almoço…
E ali ficavam, em família,
Tantas vezes até às tantas…
Em alegria pura e abençoada…
Ó tempos lindos…
Por que choro…
E não mais vi…
E cada vez mais se afastam do meu
olhar!...
Ouvindo Hélène Grimaud tocando Bach
Berlim, 4 de Março de 2013
7h7m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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