terça-feira, 3 de setembro de 2013

amoras de Berlim...


Amoras de Berlim

 

Acabo de encontrar uma silva com amoras.

Quando fui levar o meu cão a passear.

 

Quatro estavam negras de maduras.

Comi três.

 

A outra caíu-me ao chão.

 

Trinquei-as uma a uma,

Com certo receio.

Berlim de leste...

 

Eram doces.

Mas não como as que eu colhia,

Pelos silvados da minha aldeia,

Quando era puto...

 

As outras ainda estão rubras.

São meu segredo

Para um dia me consolar...

 

Afinal, não é preciso saber alemão...

Para comer amoras.

 

Só sei

Que me souberam bem,

Na minha língua...

 

Berlim, 3 de Setembro de 2013

Joaquim Luís Mendes Gomes

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