Como somos pobres!...
Nosso corpo vivo,
Como um carro a diesel,
Se alimenta de células mortas
Que já tiveram vida.
Se agasalha do frio
Com restos de plantas
Ou pêlos de ovelha
Que ela dispensa
E não cobra nada.
Se calça com peles de vaca
Para não molhar os pés.
Se abriga da chuva
Em tendas de pedra
Ou argila da terra
Que dá e que sobra.
Se deita em lençóis de linho,
Para não sentir o chão.
Mata a sede com água da chuva
Que brota da terra.
Se regala com um copo de vinho
Que lhe dá a vinha.
Se serve do ar que queima
Para poder andar.
E do raio de sol
Para não se perder.
Nada tem de seu.
Tudo lhe vem de fora.
Grátis...
Só a vaidade estéril
Lhe cresce dentro,
Como erva daninha
E não serve para nada...
Então...porque se ufana tanto?...
Mafra, 19 de Setembro de 2013
20h51m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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