sexta-feira, 27 de setembro de 2013

dialogo das trovoadas...


Diálogo das trovoadas

 

Voltei ao Minho de serras altas,

Com lugarejos dispersos

E campanários.

Restos de incêndios tórridos,

Mas vergonhosos.

Onde os olhos ávidos,

Das terras baixas

Podem espraiar-se

Na imensidão terrestre,

Com nuvens altas

E céu azul.

Vales de gargantas fundas,

Onde um rio longo,

Como serpente verde,

Deambula à sorte.

 

Vi os bois castanhos,

De olhos mansos

E hastes compridas,

Pastarem sadios,

Na encosta ao sol.

 

De repente, o céu opaco

Se toldou de negro.

Chegou o vento.

Escorreu a chuva,

Em catarata.

 

Na madrugada alta,

Começou a festa rija

Da trovoada,

Ribombando grosso,

Ao desafio.

Rasgando as trevas,

Com clarões de fogo.

Um fim do mundo,

Como não via há anos...

 

Póvoa do Lanhoso, 27 de Setembro de 2013

 8h19m

Joaquim Luís Mendes Gomes

 

 

 

 

 

 

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