sábado, 14 de setembro de 2013

de Berlim a Mulhouse...

De Berlim a Mulhouse

Foram nove horas de autoestrada
Sem scuts...nem portagens.
Foram oito centenas e meia de kilómetros.
Tanta gente a rolar.
Livre.
Único cuidado:
Combustível, quanto baste.

Nem um só desastre.
Porque toda a gente cumpre
E não discute.
A começar pelos camiões.
De conduta exemplar.

Três faixas largas.
Bem cuidadas.
Em cada sentido.

Dum lado e doutro
E duma ponta à outra,
Só se enxerga vastas terras,
A perder de vista,
Eximiamente cultivadas.

As bermas, rigorosamente limpas
E bem protegidas,
Com rede a sério;

E , a seguir, uma cortina densa
De gigantesco arvoredo verde,
Bem podado,
É o cenário
Que nos acompanha, sempre,
Do principio ao fim,
Por toda a parte.

Os povoados sucedem-se,
Dissiminados,
Com equilíbrio,
Ao perto e longe,
Pelas encostas brandas
E pelas colinas,
Com harmonia.

Não se vê uma só casa degradada.
São sóbrias.
Têm alma própria
E gosto fino.

Cheiram a flores e verde.
Espelham bem o sonho
De quem as fez,
Como um pássaro livre
Tece o seu ninho...

E o melhor:
É que é rigorosamente assim,
Por toda a Alemanha!...

Mulhouse, 13 de Setembro de 2013
21h17m
Joaquim Luís Mendes Gomes




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