sábado, 21 de setembro de 2013

rumo ao cimo...

Rumo ao cimo...
 
 
Arregaço as mangas,
Lanço-me à estrada,
Em procura d’alguém
Que venha e suba
Comigo.
 
Indiferente à distância,
Ao tempo.
Ao relevo do chão.
Se sobe ou se desce.
Se dói ou se cansa. 
 
O que conta é seguir.
Alcançar o cume do monte,
Onde se esconde um tesouro,
A vista do mundo.
Que anda
E que olha,
Distraído,
Sem ver.
 
Preferindo o chão
E os caminhos cá em baixo.
Com sombra e sem vento.
 
Depósito de lama.
Que escorre das encostas.
 
Repasto parado
Onde crescem os vermes,
Fechados nas tocas,
Não precisam de ar
Nem de luz.
Em letargia total.
 
Tudo apagado ou morto.
Ervas sem cor.
Alheio às luzes
Que iluminam a alma
Só olhando para o corpo,
Finito e mortal,
Mas vive da luz.
 
Ouvindo Schérazade de Rimsky-Korsakov
Mafra, 22 de Setembro de 2013
7h36m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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