BALADAS DO MAR...
Oiço baladas cinzentas
Enroladas em ondas de espuma
Que me vêm de longe,
Dos longes do mar.
Baladas poveiras,
Carregadas de pranto
Carregadas de lágrimas,
De iodo e de sal.
Das horas de inverno
Das traineiras que foram
E nunca voltaram.
Com pais e irmãos
Que lançaram as redes,
Com braços de ferro
E o mar engoliu.
Cobriram de luto
As caxinas da Póvoa
Que viviam do mar.
Oiço-as agora,
Como as ouvi em pequeno,
Quando andava na escola.
E os gritos de dor,
Lançados ao vento,
Das mães e irmãos,
Bradando ao céu...
- Senhora da Guia!...
Nem Deus lhes valeu!...
Mafra, 22 de Setembro de 2013
Joaquim Luís Mendes Gomes
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