domingo, 22 de setembro de 2013

baladas do mar...

BALADAS DO MAR...

Oiço baladas cinzentas
Enroladas em ondas de espuma
Que me vêm de longe,
Dos longes do mar.

Baladas poveiras,
Carregadas de pranto
Carregadas de lágrimas,
De iodo e de sal.
Das horas de inverno
Das traineiras que foram
E nunca voltaram.

Com pais e irmãos
Que lançaram as redes,
Com braços de ferro
E o mar engoliu.

Cobriram de luto
As caxinas da Póvoa
Que viviam do mar.

Oiço-as agora,
Como as ouvi em pequeno,
Quando andava na escola.
E os gritos de dor,
Lançados ao vento,
Das mães e irmãos,
Bradando ao céu...

- Senhora da Guia!...

Nem Deus lhes valeu!...

Mafra, 22 de Setembro de 2013

Joaquim Luís Mendes Gomes

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