domingo, 5 de janeiro de 2014

as desilusões do tempo...


A desilusão do tempo...

É inexorável esta marcha acelerada
Que os dias somam...
Como enxurrada, nela vamos...

Indefesos e folhinhas secas.
Umas restam nas margens.
Outras seguem e seguem deabulando,
Ao sabor da corrente.
Indefinidamente.
Ninguém repara nelas.

Ficam travadas numa simples represa.
Podem ser recolhidas
Para adubo do campo.

Não importa o corte
Ou tamanho delas.
Sua cor, mais ou menos bela.
Se deu sombra,
Se deu adorno.
Serviu.....só...
Enquanto serviu.
Como folha de embrulho,
Sofisticada ou não,
Que se rasgou e foi para o lixo
Depois de chegar a prenda...

Não estranhemos.
O tempo é sol e mar
Que tudo desfaz,
Em pó ou espuma
Que o vento leva...
E entrega à origem,
Turbilhão da vida.
Tanto faz!...

Sejamos só folhas
Enquanto capazes formos
De nos prender ao caule.

Ouvindo Brendan Perry...
Joaquim Luís Mendes Gomes


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