quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

vale de trevas...


Vale das trevas...

Nem que vá sozinho,
pela escuridão da madrugada,
Preciso de subir lá acima.
Sinto fome de luz
e da amplidão do céu.

Estou cansado e perdido
No emaranhado de caminhos,
Tenebrosos, cá do vale.

É carregado o nevoeiro.
Nem os malmequeres silvestres
Ou o fulgor dócil
Dos girassóis me adoçam o amargor
Destes meus olhos.

Parece morto este ar sem ventania.
Toda a chuva que cai do céu,
Escorre encosta abaixo,
Vem cá dar como a uma valeta.

Os dias acesos parecem noite
E minha alma quase fenece asfixiada.

Vou subir...subir...
Montanha fora,
Até que as forças me desfaleçam.

Mas ficarei em paz
E radiante,
Quando vir nascer o sol,
Muito ao longe,
No horizonte...

Ouvindo Grieg

Berlim, 8 de Janeiro de 2014
6h55m
Joaquim Luís Mendes Gomes



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