A sorte dum pássaro...
Numa gaiola cerrada.
Batendo as asas...
Esvoaçando às voltas...
Aturdido.
Contra arames farpados
E traves.
Sangrando.
Nasceu para voar.
Tinha toda a liberdade do mundo.
Com serras e mares.
Campos e vales.
Florestas e bosques.
Uma teia de rios.
Praias douradas
E sol a brilhar.
Tem génio nas mentes
Dum povo com lendas,
Gloriosas numa história.
De séculos!...
Eis que uns badamecos,
Piores que piratas,
Com falsas promessas,
altas traições...
O amarraram de laços.
Vendaram-lhe os olhos.
Quase cegaram...
Com fumo e poeira
Fabricados lá fora,
Roubaram-lhe tudo.
O passado...
O sonho
E a esperança...
E todos ufanos,
Brindando pimpões...
O condenaram à morte,
Nesta gaiola cerrada...
Sem ninguém que o salve!
Berlim, 29 de Janeiro de 2014
7h31m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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