terça-feira, 28 de janeiro de 2014

sorte de pássaro...


A sorte dum pássaro...


Numa gaiola cerrada.
Batendo as asas...
Esvoaçando às voltas...
Aturdido.
Contra arames farpados
E traves.
Sangrando.

Nasceu para voar.

Tinha toda a liberdade do mundo.
Com serras e mares.
Campos e vales.
Florestas e bosques.
Uma teia de rios.
Praias douradas
E sol a brilhar.

Tem génio nas mentes
Dum povo com lendas,
Gloriosas numa história.
De séculos!...

Eis que uns badamecos,
Piores que piratas,
Com falsas promessas,
altas traições...
O amarraram de laços.

Vendaram-lhe os olhos.
Quase cegaram...
Com fumo e poeira
Fabricados lá fora,
Roubaram-lhe tudo.

O passado...
O sonho
E a esperança...

E todos ufanos,
Brindando pimpões...

O condenaram à morte,
Nesta gaiola cerrada...
Sem ninguém que o salve!

Berlim, 29 de Janeiro de 2014
7h31m
Joaquim Luís Mendes Gomes



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