quarta-feira, 2 de janeiro de 2013


Com tanto sabor vivi

Sua presença e graça

Nos poucos dias que o tive ao pé de mim…

 

Aquele sorriso desgarrado sempre aceso,

A toda a hora,

Aqueles olhos tão brilhantes

Iluminavam tudo à volta,

Aquela força imensa

Com que espalhava o cesto da brincadeira pelo chão,

 

As ternas ladinices

Que fazia meigamente ao cão

Que o adorava.

 

Sempre pronto

Para mais um banho na piscina

A chapinhar, até ao extremo,

E depois outro quentinho,

Na banheira, pela Avó Any...

 

Sua mãozinha sempre doce

A pegar a minha mão

E tomar a dianteira,

Até lá fora,

Ao escorrega e baloiço,

Infindas horas a fio sem cansar…

Aqueles caracóis de louro,

A luzir em céu estrelado.

 

As pratadas de cereais com leite

Com bigodes a escorrer até se ver o fundo,

 

Aqueles abraços loucos,

Em loucas correrias até aos meus, 

Tudo me dói lembrar…

Nestas horas alegres

E ainda tristes de Natal…

Há um ano que nos deixou.

 

Ouvindo Hélene Grimaud em concerto nº 2 de Rachmaninov

 

Zehlendorf, 2 de Janeiro de 2013

10h16m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

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