sábado, 26 de janeiro de 2013


O desassossego…

 

Permanentemente,

O desassossego vem

Como uma vaga de fundo,

Em  nevoeiro denso, 

Toldando de escuro a realidade.

 

A  alma fica aturdida,

Perde a noção real

Do que está bem ou mal. 

Um crescendo de tentativas vem

De aproximação  ao chão.

 

Cada vez fica mais distante e insegura.

Se, pela razão,  que tem,

Não se acalma e prende às suas raízes ,

Vêm os desvios de toda a ordem.

Da insegurança à revolta

É um só passo.

Da revolta vem a agressão…

Como defesa. 

É o instinto.

Da física, a mais brutal,

À psicológica. A mais subtil ,

Por vezes , a mais grave.

 

Desta, sempre  ficam feridas fundas

Doem mais

E custam a sarar …

E pior, sempre  deixam marca.

 

O melhor caminho será sempre

O recolhimento em reflexão serena.

Até que a onda passe,

Como no surf

E venha o calor do sol…

 

Ouvindo Nocturnos de Chopin

 

Berlim, 26 de Janeiro de 2013

6h52m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

 

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