O Rio da Vida
As sementes vêm de nós
Como o pão nasce da terra.
As ideias nascem em nós
Como vento livre
Que sopra e vai mundo fora.
Nossa vida é um rio
Que desliza sempre
Sem conhecer o rumo.
Ora se espraia e esborda
Ora é fio de água
Leva a vida à sua frente.
Banha e alegra
Quem se abeira e mergulha nele.
Reverdece os campos.
Se orna de frondosas árvores.
Com ninhos
Nos seus segredos.
Origina pontes
Que unem as gentes
Como irmãos separados.
Mas vivem de frente.
Tem cardumes,
Rio abaixo, rio acima,
Em plena liberdade.
Não há sendas nem ruinas.
Há espaços largos nas planuras.
Dão tempo para as redes
E o repouso nas suas margens.
Oásis verdes.
Olhando o céu.
E seguir viagem.
Como a água do rio,
A vida corre.
Longa ou breve.
Não volta atrás.
Vai em frente
E nós atrás.
Ouvindo H.Grimaud, em sonata de Beethoven
Berlim, 20 de Janeiro de 2013
6h27m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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