domingo, 27 de janeiro de 2013


Tenho saudades do Alentejo

 

Gostava de voltar a correr

À  solta,

Pela manhã,

Pelas planuras do Alentejo

Cobertas de flores

De todas as cores que há. 

 

Inibriar - me, feliz,

Daquele ar puro

Que ali traz em força,

O vento suão.

 

Ouvir o silêncio azul

Que inunda de sombra e luz

Aqueles montados brancos

Onde tão boa gente

Se esconde e dorme.

 

Ir atrás das borboletas,

Aflitas,

De tanta de sede.

 

E, nas sestas quentes,

Regalar-me à sombra farta

Daquele mar de sobreiros esbeltos

Mas desgrenhados,

Ouvindo histórias,

De mouras e de príncipes, encantados.

 

Enamorar-me,  

De amor humano

E igual amor divino,

Pelas noites dentro, ao luar…

 

E acordar alegre,

 Ao rasgar da aurora,

Com os desgarrados

E intermináveis,

Cantares de galo.

 

Ouvindo as Quatro estações de Vivaldi

 

Berlim, 27 de Janeiro de 2013

11h40m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

 

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