Pobres Anões
Acordei estremunhado.
Abro o computador
E ligo-me ao mundo.
O que deveria ser lindo dia de sol,
É escuro. Sombrio,
Salpicado de sangue,
Mordido da fome.
A guerra feroz ,
De irmão contra irmão,
Como vermes da terra,
É nuvem cerrada
De ódio e indiferença
Que cobre os céus,
Roubando-lhe a luz do amor
Que devia brilhar.
Meninos esquálidos,
Com os ossitos à mostra,
Transidos de fome,
Nascidos há horas,
Só os olhitos reluzem,
Sem uma migalhinha de pão.
E o mundo inteiro a esbanjar,
Nas las vegas douradas…
Quer lá saber…
Aviões de combate ,
Carregados de morte,
Avançam pelos ares,
Como se fossem à caça,
Despejando metralha,
Onde cheira a petróleo.
Só para alguns!…
Os donos da sorte.
Erguem torres babéis,
Inúteis,
Desafiando os céus,
Como se fossem gigantes,
Nos mares do deserto,
Sobre as águas do mar,
Ssugando as entranhas da terra,
Como se não tivessem mais fim
E se livrassem da morte.
Ó pobres anões,
Ó donos do mundo!
Como estais enganados.
Lembrai-vos que há Deus!...
Um ligeiro abano da terra,
Uma ligeira lufada de vento,
E eis que ela aí vem…
Vai tudo ao chão.
Ouvindo Hélène Grimaud a tocar Racghmaninov, concerto nº 2
Berlim, 17 de Janeiro de 2013
8h21m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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