quarta-feira, 23 de janeiro de 2013


Lembrei-me de Job…

 

Fiquei sem nada do que escrevi agora.

Este companheiro amigo

Pregou-me a partida.

 Apagou tudo.

Só meu pensamento  atónito ficou em memória.

Perplexo. Impotente.

Fiquei triste.

Gostei do que saíu.

Porque senti que era assim.

Esta falha mesmo é prova disso.

Como quem cai. Me levantei.

E aqui vou eu.

 

Comecei de novo.

Buscando no chão

As folhas caídas

Que o vento não levou.

Em cada passo nosso,

Sentimos amor e medo,

 A todo tempo.

São as duas faces.

Que a vida tem.

Como uma  moeda corrente,

Nem sempre forte.

Quem a emite e lhe dá o valor

Não somos nós.

A cotação final vem

Do que fica para trás.

De bem e mal.

Queremos viver.

Vamos em frente.

Sempre com a sombra do limite

De cada passo.

E do fim final.

Por certo, irá chegar. Seja bom ou mau.

 

Vamos de pé.

Podemos cair.

Quereríamos voar.

Nossos olhos olham o infinito.

Não temos asas. …

Como formiguitas.

Presos ao chão.

A gravidade nos prende.

É condição.

 

Uma riqueza temos.

Plena de força.

Cresce connosco.

Desde o começo.

Vai bem cá dentro.

Quanto mais forte

Mais segurança dá.

É a força de amar.

Começando em mim

Acabando em ti.

 

Ouvindo Hélène Grimaud em 4º concerto de Beethoven

Berlim, 23 de Janeiro de 2013

8h16m

Joaquim Luís M.Mendes Gomes

 

 

 

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