Lembrei-me de Job…
Fiquei sem nada do que
escrevi agora.
Este companheiro amigo
Pregou-me a partida.
Apagou tudo.
Só meu pensamento atónito ficou em memória.
Perplexo. Impotente.
Fiquei triste.
Gostei do que saíu.
Porque senti que era
assim.
Esta falha mesmo é prova
disso.
Como quem cai. Me
levantei.
E aqui vou eu.
Comecei de novo.
Buscando no chão
As folhas caídas
Que o vento não levou.
Em cada passo nosso,
Sentimos amor e medo,
A todo tempo.
São as duas faces.
Que a vida tem.
Como uma moeda corrente,
Nem sempre forte.
Quem a emite e lhe dá o
valor
Não somos nós.
A cotação final vem
Do que fica para trás.
De bem e mal.
Queremos viver.
Vamos em frente.
Sempre com a sombra do
limite
De cada passo.
E do fim final.
Por certo, irá chegar.
Seja bom ou mau.
Vamos de pé.
Podemos cair.
Quereríamos voar.
Nossos olhos olham o
infinito.
Não temos asas. …
Como formiguitas.
Presos ao chão.
A gravidade nos prende.
É condição.
Uma riqueza temos.
Plena de força.
Cresce connosco.
Desde o começo.
Vai bem cá dentro.
Quanto mais forte
Mais segurança dá.
É a força de amar.
Começando em mim
Acabando em ti.
Ouvindo Hélène Grimaud em
4º concerto de Beethoven
Berlim, 23 de Janeiro de
2013
8h16m
Joaquim Luís M.Mendes
Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário