sexta-feira, 12 de julho de 2013

Berlim ao entardecer...


Berlim ao entardecer...

 

Não há horizontes ao longe,

Para enxergar.

Só ao alto do céu.

As nuvens iluminadas

Parecem icebergues gigantes alados

Escorrendo luz em cataratas.

 

O sol quase adormecido

Apenas adeja brando

Como um condor alado.

 

Reluzem as pontas verdes

Das copas, como velas arfantes,

Quase a apagar.

 

Não se enxergam cumes

De serras distantes.

Vogamos serenamente,

Como se fôssemos só peixes num aquário.

 

Lentamente, as árvores gigantes

Se vão despindo.

Trocando suas vestes verdes

Por túnicas da noite.

 

Se acendem os círios

Nas bordas das ruas,

Como archotes da festa da noite,

Que vai começar.

Pelas ruas desertas,

Cirandam carros

De janelas cerradas.

 

Não há andorinhas rasteiras

Aos zigue-zagues.

Só bicicletas avançam caladas,

Com golpes de pernas

Que não custam nada...

 

Berlim, 12 de Julho de 2013

19h56m

Joaquim Luís Mendes Gomes

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