Berlim ao entardecer...
Não há horizontes ao longe,
Para enxergar.
Só ao alto do céu.
As nuvens iluminadas
Parecem icebergues gigantes alados
Escorrendo luz em cataratas.
O sol quase adormecido
Apenas adeja brando
Como um condor alado.
Reluzem as pontas verdes
Das copas, como velas arfantes,
Quase a apagar.
Não se enxergam cumes
De serras distantes.
Vogamos serenamente,
Como se fôssemos só peixes num aquário.
Lentamente, as árvores gigantes
Se vão despindo.
Trocando suas vestes verdes
Por túnicas da noite.
Se acendem os círios
Nas bordas das ruas,
Como archotes da festa da noite,
Que vai começar.
Pelas ruas desertas,
Cirandam carros
De janelas cerradas.
Não há andorinhas rasteiras
Aos zigue-zagues.
Só bicicletas avançam caladas,
Com golpes de pernas
Que não custam nada...
Berlim, 12 de Julho de 2013
19h56m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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