terça-feira, 2 de julho de 2013

meu par de sandálias...


Meu par de sandálias

 

São leves, ligeiras.

Ponho-as nos pés

E vou por aí fora,

sem rumo traçado.

 

Aberto à vida dum dia que nasce.

É o passado que vai

E o futuro que vem,

 

Comboio fechado,

cheio de gente,

Janelas abertas,

Com destinos incertos,

Com bilhete pré-pago,

Entregue e aberto

no fim da chegada.

 

Subindo e descendo.

Por campos e serras,

Com horas tristonhas

E dias de sol.

Sentindo o vento,

Cantando cá fora.

Rasgando o tempo,

Vestido de dia e de noite

Com estrelas de sorte.

Cada um tem a sua.

Para si e para dar.

Enquanto durarem

Minhas sandálias nos pés...

 

Roses, 3 de Julho de 2013

7h12m

Joaquim Luís Mendes Gomes

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