segunda-feira, 1 de julho de 2013

hora das gaivotas...


Hora das gaivotas...

 

Aqui do alto,

Da minha varanda aberta,

Só a praia ainda deserta.

Está na hora só das gaivotas.

Foram elas em algazarra

Que me acordaram, atrevidas.

Esvoaçam loucas. Parecem nervosas.

Na borda do mar.

Quase sepegam.buliçosas,

levantam voo ,

ensarilhadas,

e se revoltam desconexas

largando penas..

que as ondas escondem.

 

Não há vivalma.

De vez em quando,

lá vai um esgrouviado notívago,

que não tem família

e velou na areia.

 

 Uma fila de bolas túrgidas,

Presas ao fundo

Ainda sonolentas,

Delimitam os limites da praia.

 

Do porto avista,

Sai uma traineira de pesca,

Rasgando as águas.

Buscando peixe

Para o nosso almoço

No mar de cinza.

 

Agora, ali vai sozinha,

uma mulher madura,

Caminhando descalça,

Na borda das ondas,

Semeando-me  inveja...

Faria o mesmo,

Se eu fosse rei
ou só gaivota...

 

Roses, 2 de Julho de 2013

Joaquim Luís Mendes Gomes

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