Hora das gaivotas...
Aqui do alto,
Da minha varanda aberta,
Só a praia ainda deserta.
Está na hora só das gaivotas.
Foram elas em algazarra
Que me acordaram, atrevidas.
Esvoaçam loucas. Parecem nervosas.
Na borda do mar.
Quase sepegam.buliçosas,
levantam voo ,
ensarilhadas,
e se revoltam desconexas
largando penas..
que as ondas escondem.
Não há vivalma.
De vez em quando,
lá vai um esgrouviado notívago,
que não tem família
e velou na areia.
Uma fila de bolas
túrgidas,
Presas ao fundo
Ainda sonolentas,
Delimitam os limites da praia.
Do porto avista,
Sai uma traineira de pesca,
Rasgando as águas.
Buscando peixe
Para o nosso almoço
No mar de cinza.
Agora, ali vai sozinha,
uma mulher madura,
Caminhando descalça,
Na borda das ondas,
Semeando-me inveja...
Faria o mesmo,
Se eu fosse rei
ou só gaivota...
ou só gaivota...
Roses, 2 de Julho de 2013
Joaquim Luís Mendes Gomes
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