quinta-feira, 11 de julho de 2013

outro mar de ondas...


Outro mar de ondas...

 

Se abro as janelas,

Um mar de vagas,

em marulhar constante,

ressoa estridente,

como se tempestade.

Não vejo a espuma

Mas fumos de carros

Que correm na estrada.

 

Em vez da praia,

Um dossel vibrante,

Jorrando verde,

Das copas vibrantes,

Como se fossem algas.

 

Uma brisa meiga corre no ar.

Que nos consola o rosto

E enxuga as lágrimas.

 

Em vez de gaivotas brancas,

Esvoaçam corvos negros.

Grasnam sedentos

E devoram os vermes.

 

Nos bosques da selva

Dormem os esquilos.

Saltitam nos ramos,

Como se fossem aves.

 

Não oiço cucos

Nem poupas gementes.

Se ouvem pombas

Caçando os grilos.

 

Quando fecho as janelas,

Chove silêncio...

Me convidando ao sono.

 

Berlim, 11 de Julho de 2013

13h40m

Joaquim Luís Mendes Gomes

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