Praia de Roses
Já reluzem os barcos ao sol.
Há-os que correm fugindo ao rasto
que deixam atrás.
E há-os parados,
apenas se voltam e tornam,
Sem leme,
espanejando as ondas,
como os cavalos as moscas.
Abrigados no porto,
De mastros erguidos,
Sem velas,
Jazem iates,
de gente graúda
que veste casaca,
em noites de gala.
Pelos carreiros-passeios,
Chegam cortejos infindos,
de criançada miúda,
Sedenta de praia.
Pela estrada parados,
Em linha segunda,
Se quedam camiões frigoríficos,
Com verduras e carnes
Para os restaurantes famintos.
Pela bordinha do mar,
Molhando os pés,
Caminham e conversam,
Sem fim,
Um par de senhoras,
De saias erguidas,
Para lá dos joelhos.
Enquanto o dono dos botes que aluga,
Medita sentado,
Como há-de pagar
a renda desta praia deserta...
Roses, 5 de Julho de 2013
9h22m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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