terça-feira, 9 de julho de 2013

outro regresso ao lar...


Outro regresso ao lar...

 

Ó que suave milagre,

quando dei com estes olhos

ainda sonolentos,

Num painel de verde,

deslumbrante e belo,

das copas altas e recheadas,

tão bem pintadas,

suportando um ténue céu de tule azul,

luminoso e puro,

desde a varanda exposta

da minha casa em Berlim.

 

Como se eu fosse gnomo bento

numa floresta virgem,

onde tão escondidos,

também correm estradas,

com autocarros e silenciosos autos

vão para seu labor...

 

Uma disneilândia solene, a sério,

sem trapézios em brasa.

Um pedaço de Sintra...

 

Só não sinto ao longe

o mar salgado de Ericeira,

minha feiticeira azul!

 

Nem diviso os zimbórios reais

onde retinem os sinos,

à moda de Mafra!

 

Nem os meus vizinhos corcéis,

que se banqueteiam à solta,

na tapada sem fim,

Para me darem bons dias,

quando vou à janela...

 

Mas a vida é assim!...

 

Berlim, 10 de Julho de 2013

6h11m

Joaquim Luís Mendes Gomes

 

 

 

 

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