terça-feira, 27 de agosto de 2013

ao nascer do dia...


Ao nascer do dia...

 

 

Por entre aquele entrançado

De arvoredo verde,

De ramos e hercúleos troncos negros,

 

Entram o sol

E estes meus olhos,

Sedentos de luz e paz.

 

Nem as sombras caladas

Que o envolvem, densas,

Me desanimam de o perscrutar.

 

Baforadas de halos calmos,

Tão serenos, se desprendem,

Embriagantes,

Como duma vulcânica caldeira,

Semiapagada e livre.

 

É tal o conforto que minh’alma banha

Que, logo, humilde,

Uma prece ardente

Se exala e vai,

Faúlha acesa,

 

Para lá das tantas nuvens negras

Que me toldam o céu

E me roubam a paz.

 

Ouvindo Hélène Grimaud, em Adágio

 

Berlim, 28 de 2013

7h43m

Joaquim Luís Mendes Gomes

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