terça-feira, 6 de agosto de 2013

minhas saudades mortas...


Saudades mortas...

 

Lanço ao chão,

como folhas secas,

minhas saudades mortas.

 

Vieram da infância.

Da idade adulta.

Longo caminho,

cheio de sol,

também de espinhos...

 

Meu sótão velho

está cheio delas.

Fui-as guardando,

sempre à espera

de poderem prestar.

 

Empilhadas, como caixotes,

já são cadáveres,

ou cacos velhos.

Não valem nada.

Ocupam espaço

e fazem peso.

 

Foram verdades.

Foram sonhos.

Foram mentiras.

Que me envolveram.

Fizeram feridas

Causaram dor...

Que o tempo sarou.

Tudo passou.

Agora, são cinzas.

 

Voltem à terra virgem

donde nasceram,

caules com ramos

e frutos vivos,

enquanto duraram.

 

Sejam repasto só.

No segredo da terra.

É para o que servem.

 

Berlim, 7 de Agosto de 2013

7h14m

Joaquim Luís Mendes Gomes

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