Saudades mortas...
Lanço ao chão,
como folhas secas,
minhas saudades mortas.
Vieram da infância.
Da idade adulta.
Longo caminho,
cheio de sol,
também de espinhos...
Meu sótão velho
está cheio delas.
Fui-as guardando,
sempre à espera
de poderem prestar.
Empilhadas, como caixotes,
já são cadáveres,
ou cacos velhos.
Não valem nada.
Ocupam espaço
e fazem peso.
Foram verdades.
Foram sonhos.
Foram mentiras.
Que me envolveram.
Fizeram feridas
Causaram dor...
Que o tempo sarou.
Tudo passou.
Agora, são cinzas.
Voltem à terra virgem
donde nasceram,
caules com ramos
e frutos vivos,
enquanto duraram.
Sejam repasto só.
No segredo da terra.
É para o que servem.
Berlim, 7 de Agosto de 2013
7h14m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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